quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Portinari Chegou ao Memorial da América Latina


O ator e diretor Luiz Carlos Vasconcelos e a bailarina Ana Maria Botafogo, durante a cerimônia criada e dirigida pelo ator.


Noite emocionou pela pincelada trágica de Portinari e beleza das homenagens.


Na primeira semana deste fevereiro, a Fundação Memorial da América Latina viveu uma noite memorável, na qual se deu a inauguração da mostra “Guerra e Paz, de Portinari”.

Os convidados lotaram as duas plateias do Auditório Simón Bolívar, cuja capacidade é de mais de 1800 pessoas.



Antes de visitar os painéis “Guerra” e “Paz”, no Salão de Atos, os esboços e estudos do artista na Galeria Marta Traba, bem como o audiovisual sobre a obra completa de Portinari, na Biblioteca Latino-americana Victor Civita, o público pode assistir um espetáculo de rara beleza, idealizado e dirigido pelo ator e diretor paraibano Luiz Carlos Vasconcelos.



Sob a regência do maestro Elias Moreira, uma orquestra de câmera criada especialmente para esse evento executou temas de Heitor Villa-Lobos e J. S. Bach. Milton Nascimento e Hamilton de Holanda se apresentaram em seguida. Ambos compuseram músicas inspiradas nos painéis “Guerra” e “Paz”. Em seguida, a atriz Beatriz Segall leu trecho de texto do próprio Portinari sobre sua motivação ao pintar e foi exibido o documentário “Guerra e Paz”, de Carla Camurati. Para encerrar a noite, os dançarinos Ana Botafogo (na foto com Luiz Carlos) e Alex Neoral dançaram coreografia especialmente feita para a ocasião do coreógrafo norte –americano David Parsons, sob o “Adagio for Strings”, de Samuel Barber.

O espetáculo foi enxuto, sem arestas e tocante, sem cair o ritmo e a qualidade em nenhum momento. Telas de tule desceram sobre as laterais do palco e receberam a projeção de um interessante videografismo construído a partir dos desenhos e pinturas de Portinari. Os artistas convidados participaram compungidos, cada um prestando sua homenagem particular ao pintor Candido Portinari.

João Candido Portinari, chamado de professor por todos, por ter dado aulas de Matemática na PUC-Rio, fez um discurso emocionado e dedicou o evento também à memória da sua mãe, Maria Portinari, “companheira de sempre na vida e na obra de meu pai”. Para ele, “os painéis “Guerra” e “Paz” são uma síntese de uma vida inteira de Candido Portinari lutando contra as injustiças do mundo”. Ele destacou a afinidade de alma e de propósito entre a Fundação Memorial e esse projeto. “Tudo apontava para o casamento feliz que estamos assistindo hoje”, disse.

Por último, a Ministra de Estado do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello destacou o longo trabalho do filho em resgatar, preservar e divulgar a memória do pai.

Ao término da cerimônia, todos se dirigiram ansiosos para o Salão de Atos para finalmente conhecer os painéis “Guerra” e “Paz” restaurados.




Luiz Carlos Vasconcelos,grande artista de nossa terra Paraibana

Luiz Carlos Vasconcelos nasceu em Umbuzeiro, Paraíba, em 25 de junho de 1954.O teatro e principalmente o circo sempre foram as grandes paixões de Vasoncelos, que, apesar de ser formado em Letras, estudou artes cênicas na Dinamarca para depois incorporar-se ao grupo teatral Intrépida Trupe.Em 1978, está em João Pessoa, e cria o pesonagem que iria acompanhá-lo pela vida afora, o palhaço Xuxu, um palhaço cidadão, nas palavras de seu criador, por ser uma presença constante nas comunidades carentes. Mesmo quando está trabalhando em outros projetos, como filmes e séries de televisão, Vasoncelos sempre arruma hora e lugar para se apresentar vestido e maquiado como Xuxu.

Antes de chegar à caracterização ideal de Xuxu, Vasoncelos interpretou vários palhaços e pegou o melhor de cada um deles para compor o personagem atual.Ainda em 1978, junto com outros artistas, fundou em João Pessoa a Escola Piolim, nome dado em homenagem a um velho palhaço paraibano. O complexo, além de ser sede de seu grupo teatral, desenvolve um trabalho de educação popular.Em 1984, Vasconcelos passou a morar no Rio de Janeiro onde fez a Escola Nacional de Circo.

Viveu vinte anos na capital fluminense, sustentado por Xuxu, muito requisitado para apresentações em eventos e aniversários de criança, um grande laboratório, conforme afirma o ator.Dos anos 80 em diante alterna residências entre o Rio e João Pessoa. Em 1992, na Paraíba, Vasconcelos realiza um sonho alimentado desde seus tempos de universitário: o de adaptar para o teatro o conto Vau da Sarapalha, de Guimarães Rosa. A peça produzida pelo Grupo Piolim, sob sua direção, foi um sucesso: excursionou pelo Brasil e pelo exterior até 2006.Estréia no cinema no papel do cangaceiro Lampião, em O Baile Perfumado, filme pernambucano de 1996.

A produção, de baixo orçamento mesmo para os padrões brasileiros, fez sucesso em festivais e os cineastas dos grandes centros tiveram sua atenção atraída para Vasconcelos. Na seqüência, fez filmes para Walter Salles e Andrucha Waddington.Na televisão, teve uma curta participação na novela Senhora do Destino e em séries.

No cinema, participou de Romance do Vaqueiro Voador (2006) ; Árido Movie (2004); Carandiru (2003); Abril Despedaçado (2001); Eu Tu Eles (2000); O Primeiro Dia (1998); Baile Perfumado (1997).Na TV, participou da novela Senhora do Destino e de episódios de Carga Pesada; Carandiru, Outras Histórias - série (2005); Pastores da Noite - minissérie (2002) e Você Decide - episódio A Bola da Vez (2000). Em 2007, Luiz Carlos está no elenco da microssérie da Rede Globo "A Pedra do Reino", adaptação do romance de Ariano Suassuna, com direção de Luiz Fernando Carvalho.No ano seguinte, participa do elenco da minissérie "Queridos Amigos", da Rede Globo.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Tudo começou em Umbuzeiro



Carmélia Soares e Eunice Lira relembram os momentos do criador dos Diários Associados Foto:Nelsina Vitorino/DB/D.A press
Edição de sábado, 2 de outubro de 2010
Terra natal do idealizador do Diário da Borborema, Assis Chateaubriand, conserva lugar onde ele nasceu

Severino Lopes // severinolopes.pb
O casarão antigo ainda conserva alguns traços que lembram a arquitetura original. A fachada é quase a mesma. O piso de mosaico também não foi substituído e preserva as mesmas pedras onde caminhou os pais de Assis Chateaubriand. A parede da frente pintada de verde apresenta algumas manchas brancas sinal de desgaste. Já foi pintada várias vezes.

s três degraus de cimento que dão acesso a porta principal foram construídos em uma das reformas do imóvel mas não descaracterizaram o local. A porta de madeira e os dois janelões nunca foram abertas. Quando foram colocadas, substituindo as peças antigas, Assis Chateaubriand já havia morrido.

Foi alí, na Rua Getúlio Vargas, nº 111, no centro de Umbuzeiro, cidade caririzeira na divisa da Paraíba com Pernambuco que tudo começou. Foi ali que a semente do Diário da Borborema nasceu. As paredes centenárias guardam o local onde nasceu o homem que ergueu o maior império da comunicação da América Latina. A casa em que Assis Chateaubriand nasceu é um tesouro histórico perdido em uma das regiões mais secas da região da Paraíba. Quem poderia imaginar que ali havia nascido um gênio que iria ganhar o mundo e colocar a Paraíba em notoriedade?



Mais de um século depois de ser construída, a casa onde nasceu Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo, continua intacta. O local ainda é muito visitado. Ainda tem uma mística de valor histórico inestimável. A construção antiga, conjulgada em outras casas se destaca. Os atuais moradores do imóvel, o tabelião Marçal Alves Travasso, e a professora Rosa de Lourdes Leal Alves, evitam mudar a casa para não descaracterizá-la ou dá um toque diferente do que ainda resta da construção original. Na verdade a casa pertence a aposentada Eunices Lira Leal que doou para os filhos Rosa de Lourdes e Humberto Leal de Melo. Humberto abdicou de sua parte na herança deixando a casa para a irmã.



O casal sabe que sempre receberá visitas. Vez por outra são surpreendidos por visitas de estranhos e curiosos em busca de tesouros históricos perdidos. Mesmo tendo se passado tantos anos, o velho casarão ainda funciona como um museu que desperta a atenção de políticos, professores, estudantes, pesquisadores e até embaixadores, como foi o caso do embaixador da França. Em 1997 ele conheceu pessoalmente o lugar que produziu um dos mais ilustres e geniais personagens da história do Brasil. "A casa ainda é muito visitada. É gente de todo o Brasil e até do exterior", contou a professora de Umbuzeiro.



Rosa de Lourdes se orgulha de morar na casa que nasceu Assis Chateaubriand. A casa inicialmente percenteu aos seus avós José Luiz de Águiar e Iracema Lira de Aguiar. Já vai na terceira geração, o casal (José e Iracema) comprou a casa aos parentes de Chatô em 2 de junho de 1930 para transformá-la em uma loja. Eles moraram lá 65 anos.



Ao longo de mais de um século, a casa passou por algumas reformas. O terraço onde o pai de Chateaubriand, o advogado Francisco José Chateaubriand , armava a rede para tirar um "cochilo", não existe mais. A fachada também foi modificada.



"A casa preserva muita coisa da construção original", garante Humberto Leal, em pé em frente da casa ao lado do sobrinho José Victor. De lá a vista é bela. De frente foi erguido um busto em homenagem a Assis Chateaubriand, o filho mais ilustre da cidade. Uma árvore plantada bem na frente e por onde ele caminhou quando voltava a sua terra natal.







Fragmentos da história de Chatô





Na Rua Getúlio Vargas não é dificil encontrar a Carmélia Soares Dias. Aos 88 anos ela é uma das memórias vivas de Umbuzeiro. A aposentada, lembra bem como era Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo. Ela conheceu Assis Chateaubriand pessoalmente. Falando baixinho, ela lembra do dia histórico em que Assis Chateaubriand voltou a terra natal para inaugurar o Posto de Pericultura, com a filha de Getúlio Vargas; bem como na entrega do campo de aviação da cidade. "Eu vi pessoalmente ele plantando o pé de umbú", relembrou.



Bem humorada, ela conta que Chateaubriand era uma pessoa brincalhona. Descreve com detalhes os traços do mais ilustres filho de Umbuzeiro. Era gago e andava devagar. "Ele era alto, magro, moreno, cabeça grande", descreveu.



Com a memória lúcida, dona Carmélia conta que a sua mãe assistiu o batizado de Assis Chateaubriand. E aponta para o local onde existia a igreja que Chatô se batizou. O Rei do Brasil, conforme descrição da aposentada Carmélia Soares, foi batizado nú e com uma cinta na cintura".



Assis Chateaubrind tinha o costume de levar autoridades para a sua terra natal. Conforme contou a aposentada Eunice Lira Lea, na solenidade de inauguração do busto do filho mais ilustre da cidade ele fez questão de levar várias autoridades para a sua terra.







Moradores da cidade sentem orgulho



Herdeira da casa onde nasceu Assis Chateaubriand, Eunice não teve a oportunidade de ver o Rei do Brasil pessoalmente como a amiga Carmélia. Mais parece ter sido amiga íntima dele de tanto ter ouvido os moradores mais antigos de Umbuzeiro falar de seus feitos. O pai de dona Eurice José Luiz de Araújo Aguiar, já falecido, estudou com Assis Chateaubriand. "Meu pai estudou com ele", conta citando nomes de figuras ilustres de Umbuzeiro como o tabelião Gonçalo Cavalcanti e o também 1º tabelião José de Souto Lima que fizeram parte da mesma turma.



Os moradores mais antigos recordam do feito de Assis Chateaubriand. Alguns tiveram o privilégio de ser os primeiros nordestinos a assistir televisão. "Ele deu esse prazer aos conterrâneos dele. Conheco algumas pessoas que estavam presente na solenidade", descreveu. Segundo dona Carmélia, Chateaubriand, instalou um aparelho de TV em frente ao Banco do Brasil, onde hoje encontra-se erguido o busto do jornalista, para que a população de Umbuzeiro assistisse pela primeira vez,a recém novidade que foi a chegada da Televisão no Brasil









Diário da Borborema

domingo, 25 de dezembro de 2011

'A VIDA DA GENTE'





Por: Carla Bittencourt, em 22/11/2011 às 08:00

Luis Carlos: Umbuzeiro na Globo



E por falar em Alice (Sthefany Brito), nessa nova fase de "A vida da gente" ela conhece seu pai biológico, Renato (Luiz Carlos Vasconcellos). Ele vai contar à filha que é um alcoólico em recuperação e que encontrá-la foi uma motivação a mais para sua reabilitação.



Quer saber o que mais vai acontecer nesta semana em "A vida da gente"? Confira nos resumos de novela.



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domingo, 11 de setembro de 2011

Secretaria da Mulher promove lançamento de livro em comemoração ao Dia da Visibilidade Lésbica

Secretaria da Mulher e da Diversidade promove lançamento de livro em comemoração ao Dia da Visibilidade Lésbica

A poeta paraibana Silvana Menezes lança, nesta terça-feira (13), às 17h, no Hotel Netuanah, o livro "Vire a Página", como uma das atividades alusivas ao Dia da Visibilidade Lésbica, transcorrido no dia 29 de Agosto. O evento, promovido pela Secretaria da Mulher e da Diversidade Humana, em parceria com a Assessoria de Políticas Públicas para Diversidade Humana/ DIPOP/SEDES/PMJP, acontecerá durante a Conferência Municipal LGBT de João Pessoa.

Na ocasião, Silvana Menezes fará uma performance intitulada "Vire Poesia", com dois poemas que têm como referência a temática lésbica.

Sobre a autora – Atriz e poeta, Silvana Menezes nasceu em Umbuzeiro (PB), mas mora em Olinda (PE) desde 1979. A autora também é conhecida como idealizadora e produtora do evento “Quartas Literárias”, que há dez anos reúne mensalmente artistas e escritores no Centro de Cultura Luiz Freire, em Olinda. “Vire a Página” é o primeiro livro solo de Silvana Menezes.

Conferência LGBT - A II Conferência Municipal LGBT de João Pessoa, que acontece nos dias 12, 13 e 14 de Setembro, no Hotel Netuanah, é uma das etapas da II Conferência Estadual de Políticas Públicas e Direitos Humanos de LGBT da Paraíba, que será realizada nos dias 10, 11 e 12 de novembro desse ano.

A importância da visibilidade lésbica para orientação e criação de políticas públicas que atendam as demandas específicas de lésbicas e bissexuais será um dos temas debatidos nas conferências, que vão, também, avaliar a implementação do Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de LGBT no Estado e propor a elaboração do Plano Estadual.

A participação de mulheres lésbicas é uma preocupação das comissões organizadoras das conferências nacional e estadual. O regimento define que seja garantida a proporção mínima de 60% de pessoas com identidade de gênero feminina, ou seja lésbicas, bissexuais, travestis e transsexuais femininas entre as representantes da sociedade civil.


PB Agora

com Assessoria

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Inauguração do Teatro Municipal



É impossível falar do Teatro Municipal de Campina Grande sem citar o prefeito Severino Cabral, seu idealizador. A história do prédio, um dos equipamentos culturais mais requisitados da cidade e palco para artistas regionais, nacionais e até internacionais, é uma prova concreta de que as boas idéias sem ação sempre estarão sujeitas ao esquecimento. O que não foi o caso do sonho de Campina Grande, apoiado por Seu Cabral, de ter seu próprio teatro.

Severino Bezerra Cabral nasceu em Umbuzeiro, estado da Paraíba, a 4 de dezembro de 1897. filho de Salustiano Bezerra Cabral e Joaquina Barbosa Cabral, foi casado com Anita de Assis Cabral com quem teve três filhos. Como industrial, montou a primeira fábrica de leite pasteurizado de Campina Grande, a Leiteria Celeste e foi proprietário da Fábrica de Tecelagem Caruá. Com aguçado tino empresarial, foi ainda comerciante no ramo automobilístico com a agência de automóveis Chevrolett S.B. Cabral e Cia.

Com um histórico desses, não demorou a tornar-se presidente da Associação Comercial e, mais tarde, entrar definitivamente para a política e tonar-se deputado estadual. Como candidato eleito a vice-governador de João Agripino Filho, em 1965, só não assumiu porque não se descompatibilizou em tempo hábil de suas empresas privadas. Mesmo assim, continuou como homem público e foi prefeito de Campina Grande de 1958 a 1963.

Faleceu a 21 de março de 1970, sete anos após a construção de uma das obras mais importantes da sua gestão para o povo campinense: o Teatro Municipal Severino Cabral.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

"Vou-me embora pro passado"



Enviado por Por Jocélio de Oliveira (Estagiário) e Lígia Coeli Silva Rodrigues (Colaboradora)
08-Ago-2008


Há quem diga, não sem motivos, que o litoral paraibano é uma boa pedida para o final de semana. Mas é no Cariri
paraibano que se esconde alguns segredinhos que só podem ser descobertos bem de perto. É o caso de Umbuzeiro, uma
cidade à 75 Km de Campina Grande que nos surpreende não só pela paisagem, mas pelos costumes.
“Reza a lenda” que a sombra de um Umbuzeiro servia de parada obrigatória aos tropeiros, para descanso e
refeições. A possibilidade de comércio atraiu algumas pessoas que começaram a construir suas casas na região. A história
pode lembrar a formação de Campina Grande, mas a cidade nem cresceu tanto, tem cerca de 9.500 habitantes apenas.
Andar pelas ruas de Umbuzeiro pela manhã é ter a sensação de mergulhar em outra época e voltar no tempo. As
senhoras distribuem simpáticas saudações pela janela, uma atitude incomum ao ritmo de vida que levamos em cidades
grandes. Dá pra ver a movimentação nas bodegas, por entre as praças, e não lhe falta quem dê informações sobre lugares
bonitos para conhecer na cidade.
A igreja é um bom lugar para se visitar, da última vez que estivemos lá, deu para ir até na casa do Padre! Ou quem
sabe fazer um passeio histórico pela antiga residência dos famosos da cidade, que não são poucos: Umbuzeiro é a
pátria de Assis Chateaubriand, Epitácio Pessoa e João Pessoa, só para citar alguns.
Mas é na feira que os contrastes se encontram numa mistura engraçada de se ver. Enquanto alguns vendedores
apostam em produtos mais modernos e importados, outros apelam pela tradição. Lá você encontra desde
quinquilharias chinesas a pomadas feitas de banha de Ema que, segundo o vendedor, "é para reumatismo, inchação,
pancada, dor de dente", e vai seguindo a lista de doenças que ele se orgulha em pronunciar. Quanto mais difícil o nome,
melhor. Vale dizer que essa fala é pronunciada através de um microfone antigo que com a ajuda de caixas de som
igualmente antigas, fazem ecoar o som de sua voz pela feira inteirinha, que misturados aos gritos dos feirantes, dão
clima ao lugar.
Mais impressionante é dar uma checada nas barracas: a pomada, por exemplo, conta com três Emas mortas,
penduradas por entre a estrutura de madeira que sustenta uma quantidade assustadora de potinhos metálicos. É preciso
legitimar o fornecimento do produto, e para isso, nada mais convincente que pendurar a matéria-prima.
Lá não faltam bancas de doces, peixes, verduras e roupas. Tudo junto e combinado num colorido gritante que preenche
os olhos de quem pára e percebe o lugar. O mesmo colorido daquela infância em que se brincava com baleeira, peão,
bola de gude, que se misturam ao caximbo, fumo, facas peixeira, uma diversidade de ervas e chocalho na barraca de
mais uma dona Maria.
O mercado Municipal, localizado no centro da cidade, também guarda um pouco da história do lugar. Foi ali que o
comércio da cidade nasceu. O município tem 120 anos de Emancipação Política e o clima como atração à parte. Durante o
dia, o sol é quase como um convite aos passeios que vão desde as colinas umbuzeirenses até a arquitetura histórica do
centro da cidade. À noite, o frio toma conta da cidade, o bom mesmo é colocar um casaco, curtir as praças da cidade e
sair para tomar um café.
Dizem que ainda não é possível fazer viagens ao passado, mas não acredite. Tem ônibus saindo da Rodoviária
todos os dias às 6h, 10h30m, 12h e 15h, ao custo de R$ 9,00 inteira. Mas se vc desistir de voltar ao passado e quiser
trocar a passagem para o tempo mais presente, quando chegar lá, ao seu destino, é só mudar de rua.